Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

sábado, 26 de dezembro de 2009

Tiago

Tiago. TIAGO é uma entidade nociva que habita o mesmo edifício que eu. À primeira vista parece tratar-se de uma criança apenas, o que por si só já o tornaria totalmente dispensável para mim, mas prestando um pouco mais de atenção - ou passando 2 dias morando em minha casa, o que não aconselho atualmente - descobre-se que estamos falando aqui do filho de Satã.

Nota-se claramente que esta aberração já enlouqueceu a mulher que vive no mesmo apartamento, sua mãe, creio eu. Imagino que ela deva ter experimentado a felicidade num passado distante, antes do pequeno Damien surgir em sua vida. Creio que um dia ela sentiu-se "completa" por estar esperando um bebê. Hoje ela sabe que se fodeu. Sim, ela pensa assim. Eu sei, eu sinto, eu vejo e OUÇO.

Tiago não chora. Tiago URRA, ESPERNEIA, SAPATEIA e..........URRA o dia inteiro. Sem parar, o que causa um grave efeito eco, já que o filho da puta berra e a tal mulher grita "Tiaaaaaaaaggggoooooooooooooo!!!!" na sequência. Puro desespero. Ela grita pois não há nada mais a ser feito.

["criança é uma coisa que relaaaaxa a gente" - SELMA, Irmã]

Para vocês terem uma vaga idéia, esse diabo já conseguiu me acordar diversas vezes. Brasil, nada me acorda. Nada. Meu sono atinge um estágio pré-óbito e nem se cair um paralelepípedo na minha cara eu acordarei. Tiago está aí para jogar por terra parâmetros estabelecidos há décadas.

O ponto é que não sei nem determinar qual o grau de vizinhança de Tiago em relação a mim. Não sei se os urros vêm de cima, se vêm debaixo ou se vêm do prédio ao lado. Este infeliz é surround e já me passou pela cabeça a hipótese de que na verdade este moleque esteja em algum lugar dentro da minha casa mesmo. De repente é um alma perdida, SEI LÁ, me ajuda, meu! Me ajuda a achar esse desgraçado!

A berraria vem de todos os lados e eu estou a ponto de cometer violência contra menores. Assim que eu encontrá-lo, claro. Trato isso - acabar com Tiago - como prioridade, pois se eu não me livrar deste maldito a tempo daqui a poucos anos vocês me encontrarão vagando pela rua, olhar perdido, uma baba escorrendo pelo canto da boca, murmurando coisas como:

"A Rutinha é boa, a Raquel é mááááááá..................."

Estou avisando.

Tosquices Natalinas

Almoço de Natal na casa de titia. Putada reunida. Enquanto chafurda na baba de moça, um dos importantes itens que compuseram a básica sobremesa natalina deste ano, esta humilde filha de Papai Noel decide sentar a buzanfa na cadeira de balanço localizada ao lado da porta da varanda. Afinal de contas, ar seria algo necessário para que eu conseguisse enfrentar a imensa tigela de ovo com açúcar que estava prestes a enfiar goela abaixo naquele momento.

Fui até o local escolhido e me sentei na cadeira atacando o pote contendo 18 colheres da baba de moça. Em algum instante não exatamente determinado, fiz meu primeiro movimento corporal após sentar. A cadeira, por ser de balanço, balançou e eu achei que tivesse perdido o equilíbrio e fosse cair. Me esqueci que estava sentada nela.

Ao me prontificar a me segurar e salvar minha vida, tentei arremessar a mim mesma em direção ao chão, o que não surtiu efeito, pois fiz força para frente e a cadeira me empurrou de volta para trás, o que foi a gota d'água para que eu pensasse que tudo à minha volta estivesse ruindo.

E o pote de baba de moça ali, firrrme na mão.

Ao jogar meu corpo para trás, a cadeira me forçou novamente para a frente e isto me deixou sem opções a não ser tentar me jogar para o lado na tentativa de, enfim, atingir um ponto de equilíbrio.

Localizado à minha direita, o grande aparador de vidro comportava a maior parte da louça e talheres que utilizávamos neste belo dia de Jesus que eu amo Amém. E foi lá que meu cotovelo direito porrou após este breve surto de idiotice que me pegou desprevinida. Bati o osso magrelo do cotovelo em uns 6, 7 ou 8 itens metálicos, de vidro, de prata e com fogo e agora estou aqui sem poder mexer o braço, com uma BOLA inchada no local originalmente designado para o cotovelo humano, esperando o dia amanhecer para ir até algum lugar que me tire uma radiografia desta merda.

Tenho certeza que o tamanho da minha sobremesa está envolvido neste acidente. Castigo divino.

Sem mais, depois posto fotos do meu verão com o braço engessado em Caraíva.

Ridícula.