Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Motivos pelos quais é legal optar por NÃO mentir para mim

Motivo #1 - Eu sou muito sortuda e meio esperta. Logo, informações cruciais PULAM na minha cara e eu não perco a chance de absorvê-las para em seguida interpretá-las e assim pegar o loroteiro no flagra. Ou ceis acham mesmo que gasto meu valioso tempo livre stalkeando a vida dozotro? Não, meus amores. Costumo utilizar meu tempo livre bebendo muito, vendo novela antiga no Viva, lendo os 5 livros que tenho por costume consumir simultaneamente, postando merda nessa joça, frequentando meu absurdamente vasto círculo social, no cabeleireiro, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé.

Veja lá se sou mulher de gastar horário vasculhando a pífia existência de outrem. Ora, me respeitem.

O caso é que hoje uma informação crucial PULOU na minha cara e eu gostaria muito que vocês me ajudassem a elucidar este que, se não for um caso clássico de viagem no tempo, trata-se na realidade de milagre. Pena que estamos temporariamente sem Papa, pois na ausência do sumo pontífice não sei como comunicar o ocorrido à Santa Sé e adoraria que os católicos praticantes me dessem um help aqui porque não podemos deixar de entrar com o pedido de canonização desta PESSOA.

Vamos supor que, por motivos particulares e estranhíssimos, digamos que por ter sido contrariada, uma PESSOA simulou sua quase morte no dia 18 de Janeiro de 2013. Suponhamos também que fui informada pessoalmente sobre sua hospitalização em caráter de emergência devido a um tumor gravíssimo no cérebro que precisava ser extirpado. Presumamos que a cirurgia era algo terrível e teria como consequência sua morte. Ou cegueira irreversível. Uma parada hipoteticamente cascuda, dizaê. Ou morre ou fica cega, treta loka, mano. Tenho inclusive a mensagem que me foi enviada via FB contando a trágica história. Quando eu digo que tenho a mensagem, trato o objeto como "mensagem", pois lembrem-se de que este relato é todo baseado em suposições e quaisquer semelhanças com fatos reais são mera coincidência, claro. Até parece que algo assim aconteceu mesmo, IMAGINA. Porque é super normal mesmo a gente inventar um tumor cerebral seguido por morte devido a fatores externos que vieram a alterar nossa programação para Fevereiro, né?

PARÊNTESE: não vem brincar de tumor no cérebro comigo, pois tenho uma historinha bem grave envolvendo tumor, cérebro, amigo queridíssimo e um falecimento muito sentido. Tudo muito recente, tudo muto triste, tudo entrecortado por tragédias paralelas que culminaram com a morte de quase todos os jovens e crianças de uma família inteira, ÓKEI? Mexe com isso não, venha falar bosta envolvendo tal assunto NÃO. Aqui não. Obrigada. Babaca. Mas voltemos:

Já no início achei tudo muito estranho, pois parece que ninguém de suas relações tinha conhecimento sobre a probabilidade de uma morte iminente e confirmei minha desconfiança quando soube que no dia seguinte a PESSOA já estava pendurada em FB e telefone celular infernizando a vida de terceiros, a minha inclusa. Alto lá. Um cara portando uma motosserra abre seu crânio, tu quase morre/fica cega, etc e 24 horas depois está toda serelepe, enchendo o saco de geral na internet e confirmando uma viagem internacional para dali a um mês?

SEI.

ARRÃN.

TÁ.

Daí que hoje me SURGE das profundezas do infinito do quinto dos inferno uma foto postada pela caozeira moribunda exatamente na data e horário da cirurgia gravíssima que a mataria ou a deixaria cega e adoraria saber se alguma lei da física caiu por terra ou se preciso sair berrando pela rua VOLTA PAPA VOLTA. Ou se esse hospital onde ela foi internada aceita que os pacientes terminais entrem nos centros cirúrgicos com seus telefones, laptops ou iPads, sei lá, de repente é uma parada de respeitar a última vontade, vai saber.

Porque lá nionde eu moro, quando a gente opera as parte, nem água pode tomar antes, sabe?

Enviarei uma reclamação formal à junta médica do Sírio-Libanês. Como assim, eu não posso levar meus gadgets para a sala de cirurgia? Esta equipe já me atendeu melhor, façam-me o favor. Pagando o que eu pago, quero no mínimo um Galaxy Note enquanto abrem meu peito e afastam minhas costelas, o esterno ou seja lá no que esses carniceiros mexem em tais situações, estamos combinados? Pelo menos vou checando meu Instagram, afinal.

Para quem não aprendeu com a avó, vamos lá: mentira tem perna curta. É feio, pega mal e as pessoas descobrem. E vamos consensualizar que issaê tem nome e se chama MALUQUEZ.

[maluquez - expressão cunhada por nosso querido Raul em parceria com Claudio Roberto ali nos anos 70. Bons tempos. Referência direta ao vocábulo 'maluco' - no caso aqui, por motivos óbvios, trabalharemos com 'maluca' - cujo verbete é composto pelas definições: s. f. || mulher alienada. || (Fig.) Mulher estorvada, de mau comportamento || Maníaca .|| adj Adoidada, louca || sm 1 Mentecapta || 2 Aquela que parece alucinada || 3 Indivíduo apalermado || 4 Demente || 5 Anormal || 6 Tola]

Me fiz clara? Ótimo.

Enquanto boa cristã que sou, nem sonho em levantar falso testemunho contra essazinha. Então posso concluir que: OU tenho essa conversa pendente com a Igreja Católica, pois longe de mim apontar meu dedo e acusar o próximo; OU devo falar com algum estudioso da teoria da relatividade e seus efeitos na vida cotidiana; OU vou quebrar o pau lá no Sírio mesmo.

Em tempo - não há Motivo #2. Nem #3. E se existisse algum mecanismo catalisador de desprezo em fonte de energia afirmo que eu, sozinha, seria capaz de abastecer o Canadá e adjacências durante 3 meses. No inverno.

Beijos.

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