Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Repetição do tema

Ontem fui tomar uns chopps com a Lelê e a Sissi ali no nosso querido Quitandinha. Fomos embora quando o bar encerrou as atividades, mas nem estávamos numas de ir pra casa, o que configurava um problema pois ficamos cara a cara com aquele obstáculo chamado 'falta de opção'. Afinal, quem nos acolheria àquela hora da madrugada?

Considerando o fato de que eu e a Lelê não temos lá um bom histórico em se tratando de frequentar estabelecimentos suspeitos quase aceitamos resignadamente a interrupção de nossa corrida rumo ao álcool. A realidade é cruel, todos sabemos disso.

Foi quando, transitando pela Faria Lima, a sorte nos sorriu na forma do luminoso que identifica nosso botequim muso, onde sempre esperamos ser aceitas, o lugar cuja imagem nos maravilha e que por tanto tempo lutamos para conseguir as tão cobiçadas 5 bolas vermelhas, ao mesmo tempo em que temíamos em silêncio receber 3 pretas.


Foi a realização de um sonho antigo. Estávamos radiantes. Devo confessar que comi um kibe estranhíssimo, afinal foi o único petisco que consegui identificar dentro da vitrine, mas na minha opinião, as pessoas têm o dever de aceitar, se adaptar e participar ativamente das peculiaridades responsáveis pela construção de grandes ícones como o Guela. Adianto que provavelmente contraí leptospirose ou AIDS porque vocês nem imaginam o aspecto e a textura do quitute, mas enfim. When in Rome...

Daí a Sissi já tinha pedido um cheese corvo e nossa integração estava absolutamente completa.

Então eu e Lelê fomos até a calçada e selamos amizade sincera e verdadeira com uma prostituta travesti surda muda que faz ponto ali no Largo da Batata.

Faltam-me palavras para continuar a narrativa mas vou repetir: Era uma prostituta. Travesti. Surda muda.

Má só faltava ser argentina, meu povo.

Fim.

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